sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Síntese do texto: De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: Avaliação de Aprendizagem
PROFESSOR: Joseval Miranda
Aluno: Jefferson Guanabara Azevedo de Lemos

LUCKESI, Cipriano Carlos. De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 67-72.


            O texto em si refere-se as dificuldades que se enfrentam os educadores no tocante a transferência do ato de examinar para o ato de avaliar. Pois se tratando nesta transferência de conceitos caímos em algumas questões que dificultam nessa mudança, e podemos assim apresenta-las: o contexto histórico, o modelo burguês de sociedade e a repetição do que nos foi imposto durante nossa história como aluno agora como professor.
            Partindo do âmbito histórico e sua influência em nossas escolas e em como avaliamos nossos estudantes, podemos denotar que o exame em si tem todo um contexto histórico que vem desde a introdução do ensino pelos jesuítas. Essa forma de examinar os estudantes é antiga e está arraigada ainda hoje dentro de muitas instituições de ensino, que a veem como forma de classificar os estudantes em grau de aprendizagem por aplicação de exames periódicos.
            Já no contexto da sociedade como ponto de oposição a nova forma que de avaliar que propõe no texto, está no conceito de selecionar “estudantes” de acordo com classes e gêneros sociais. O exame no ponto de vista da sociedade burguesa tem a selecionar aqueles que mais se adaptam a forma como é organizada a metodologia de ensino em nossas escolas.
            E do ponto de vista que nós como educadores estamos, da mesma forma como fomos examinados, examinando os educandos dentro de sala de aula. Mesmo que de forma inconsciente, praticamos tudo o que repudiávamos enquanto educandos. A forma como tratamos o ensino-aprendizagem e a obtenção e avaliação de construção dos conhecimentos de nossos educandos, não difere em nada que nos foi imposto em nossa história como educandos.
              Tudo isso dificulta a transição de exame para avaliar e como precisamos desconstruir todas essas dificuldades. A conversão desses conceitos não ocorre de forma imediata, mas é algo que necessitamos de fato realizar. Pensando no crescimento da forma de ensinar nossos educandos, diagnosticando qualquer debilidade no ensino e propiciando a correção da forma de ensinar dentro da sala de aula.
            Portanto, o que podemos avaliar no texto é que temos muitas objeções que dificultam a mudança na pratica do exame para a pratica de avaliar no âmbito escolar. Todo o contexto histórico, social e pessoal no caso de nós como educadores interferindo nessa mudança de prática. Mas é algo que necessita acontecer, mesmo que demande tempo. Os educandos merecem uma forma de avaliar de modo que possam suprir suas deficiências e adquirir os conhecimentos mínimos necessários e ser avaliado de forma mais completa.

            

Decágolo do texto: Avaliação da Aprendizagem... mais uma vez. Cipriano Carlos Luckesi.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: Avaliação de Aprendizagem
PROFESSOR: Joseval Miranda
Aluno: Jefferson Guanabara Azevedo de Lemos

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem... mais uma vez. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p 61-65.

1.      “Impressiona-me ver a mudança dessas crianças em suas falas e em suas crenças sobre o que, nesse espaço de ensino, denominamos de avaliação.”   p. 61

Comentário: O autor se diz surpreso, como as mudanças dos pensamentos dos alunos em relação a avaliação do ensino. Pois nas series iniciais os alunos de ensino fundamental, não estão com os pensamentos voltados para a nota em si. O aprendizado é fundamental nesse período e até mesmo aos professores a ideia de nota é diferente, as motivações são diferentes.

2.      “... uma ação pedagógica que investia no processo da aprendizagem, a atual experiência está comprometida com o investimento no seu produto.”  p. 61

Comentário: As mudanças que ocorrem no processo de aprendizagem, como elas influenciam na avaliação. O que vemos hoje é esse padrão de torna o aluno um ser capaz de fazer provas com boa performance, mas com nenhum aprendizado real. Como diz o autor, estamos investindo num produto e não em um ser pensante e crítico.

3.       “O ato de examinar tem como função a classificação do educando, minimamente, em “aprovado ou reprovado”. ” p. 62

Comentário: Os critérios em que estão definidos a questão do examinar como avaliação, tem como único objetivo classificar os alunos, não pelo conhecimento adquirido, mas em como o aluno tem conseguido de certa forma “decorar conceitos” para realizar os exames propostos pelo professor.

4.      “Ao ato de examinar não importa que os estudantes aprendam com qualidade, mas somente a demonstração e classificação dos que aprenderam e dos que não aprenderam”. p. 62

Comentário: Ao ato do exame, o que vemos é a importância do padrão de notas atual. Onde o propósito de avaliação é exclusivamente para classificar os alunos sem de fato comprovar o aprendizado ou conhecimento adquirido. O padrão de avaliação através do exame não avalia todo o processo de aprendizado, mas ao meu ponto de vista, deve ser uma das formas para medir o conhecimento e aprendizado dos alunos.

5.      “..., o ato de avaliar tem como função investigar a qualidade do desempenho dos estudantes, tendo em vista proceder a uma intervenção para a melhoria dos resultados, caso seja necessária”. p. 62
Comentário: Já ao ato de avaliar, englobamos o todo. A busca ou investigação desenvolvimento dos estudantes durante o período de aprendizagem. Tento em vista que devemos saber de forma concisa se os alunos estão ou não adquirindo o conhecimento mínimo necessário para avançar para uma próxima etapa de ensino/aprendizagem.

6.      “..., a avaliação é diagnostica”. p. 62

Comentário: A avaliação na sala de aula deve ocorrer para diagnosticar o desenvolvimento dos estudantes, avaliar se a forma como o ensino-aprendizagem vem sendo conduzido dentro de sala de aula. E em como os alunos estão se dando com cada assunto e metodologia de ensino, para obtenção de diagnósticos na prevenção de brechas e debilidades na obtenção de conhecimentos aos estudantes.

7.      “O processo compõe-se do conjunto de procedimentos que adotamos para chegar ao resultado mais satisfatório;” p. 63
Comentário: O texto fala de processo como procedimentos ou metodologias que empregamos dentro da sala de aula para se obter resultados satisfatórios, que seria, os estudantes devem adquirir o conhecimento mínimo necessário para concluir aquela etapa com um índice aceitável de sucesso.
8.      “Produto, por sua vez, significa o resultado final ao qual chegamos”. p. 63
Comentário: Já na questão de produto, o que nos interessa são os resultados finais obtidos, não considerando se os estudantes obtiveram o conhecimento mínimo necessário para obtenção do grau ao qual estão concorrendo.
9.      “O ato de avaliar dedica-se a desvendar impasses e buscar soluções”. p. 64

Comentário: Voltando a questão do ato de avaliar, podemos deixar uma clareza sobre o seu real significado, criar seres críticos socialmente capazes de compreender e adquirir os conhecimentos e saber desvendar as lacunas fracas no seu desenvolvimento enquanto aluno.

10.  “Bom ensino é o ensino de qualidade que investe no processo e, por isso, chega a produtos significativos e satisfatórios”. p. 64


Comentário: Concluindo tudo o que foi dito, identificamos que o ensino de qualidade está ligado ao processo de ensino e como ele está sendo empregado dentro da sala de aula para ao final de todo o processo de ensino-aprendizagem temos “produtos” com qualidades significativas e conhecimentos satisfatórios. 

Mapa Conceitual do texto: Verificação ou Avaliação: o que pratica a escola?

Imagem do mapa conceitual do texto: Verificação ou Avaliação: o que prática a escola?

Referência

LUCKESI, Cipriano Carlos. Verificação ou Avaliação: o que prática a escola. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 45-60.

Síntese do texto: Avaliação da Aprendizagem Escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: Avaliação de Aprendizagem
PROFESSOR: Joseval Miranda
Aluno: Jefferson Guanabara Azevedo de Lemos


LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação de aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 35-44.

No texto, Luckesi, fixa-se em compreender que a prática pedagógica de nossas escolas está polarizada pelas provas e exames. É a chamada “pedagogia do exame”, onde avaliamos nossos alunos através de provas e exames. E uma prova exata disse é o preparo dos alunos do ensino médio para as provas como o enem, o do antigo PSS, onde os professores treinavam os alunos para essas provas a partir de exercício sobre determinados conteúdos que compreendiam essas provas, tendo em vista que era, e ainda é, necessário que os alunos do antigo 2º grau, hoje mais conhecido como ensino médio, realizem ou façam essas provas tendo como objetivo cursar o nível superior em uma universidade ou faculdade.
Ele, coloca o exercício pedagógico escolar, atravessado mais por uma pedagogia do exame do que por uma pedagogia do ensino/aprendizagem. De fato, como vemos hoje em dia, professores, pais, alunos e o próprio sistema de ensino, estão mais interessados nas notas dos alunos do que o nível de aprendizado dos alunos. O percentual de aprovação e reprovação tem se tornado mais importante do que criar pensadores críticos e esclarecidos.
Para Luckesi, os alunos estão mais preocupados e tem toda a sua atenção para a promoção. A notas são predominantes, mais o modo ou forma como foram obtidas não é importante. As notas estão sendo manipuladas como se nada tivesse a ver com a aprendizagem, ou por todo o processo para se chegar a ela.
Já o professor, para Luckesi, estão com total atenção para as provas, as quais utilizam como instrumentos de tortura e ameaça. A forma como o professor ameaça os alunos com palavras ou questionamentos a respeito das provas, achando que o simples fato de pressionar o aluno como frases como: “Estudem para não se darem mal nas provas”, pensando que esse tipo de ameaça é uma motivação para que o aluno estude e aprenda certos conteúdos.
Para ele, os pais estão mais voltados para a promoção de seus filhos, toda as perspectivas dos pais são que seus filhos tenham boas notas, que seus filhos sejam aprovados. A própria relação dos pais com a escola demonstra isso, porque muitos só têm contato com a escola na famosa Reunião de Pais e Mestre, que tem o único intuito da entrega dos boletins aos pais dos alunos.
A escola, para Luckesi, só estão muitas vezes interessadas nas estatísticas, em verificar no todo das notas como estão os alunos. A escola vive na aparência de que os resultados apresentados nas estatísticas demonstram o real aprendizado dos alunos.
O própria sistema social, de forma errado, ou aparentemente só se importa com os resultados gerais das notas, dos quadros gerais de notas, das curvas estatísticas. Se bem que, como ele mesmo diz, só aparentemente, pois quando uma instituição escolar inicia um trabalho significativo eles ficam de olhos sobre ela.
Para Luckesi, os desdobramentos desse tipo de pedagogia do exame se apresenta como: Os próprios professores elaboram provas como testes para provar os alunos e não para auxiliá-los no aprendizado. As promessas dos professores de oferecimento de pontos, de forma a acrescentar ou diminuir pontos a nota final, não tem relação nenhuma como o aprendizado, já que em muitas vezes esses pontos a mais ou a menos nada têm a ver com os conteúdos ministrados em sala de aula. E o uso ou utilização das provas como ameaça, nada tem a ver com o significado dos conteúdos, mas sim com o disciplinamento social.
E as explicações para todos esses fatos se dão a práticas bem antigas, vindas dos séculos XVI e XVII. Foram os jesuítas que tinham bastante atenção como o ritual de provas e exames. A questão do medo, foi comentada por Comênio, que dizia “o medo é um excelente fator para manter a atenção dos alunos. O professor pode e deve usar esse “excelente” meio para manter os alunos atentos às atividades escolares”. E a sociedade burguesa que fala a respeito do medo e do fetiche como mecanismos imprescindíveis numa sociedade.
O fato de como professores e alunos veem as notas ainda hoje, não mudou praticamente muita coisa. O professor vê a nota baixa como uma imposição de poder, enquanto o aluno vê a nota como um santo graal. De nenhuma forma se pensa no aprendizado, a nota é o centro das atenções, não interessa se o aluno retém ou não o conhecimento.
E as consequências desse tipo de pedagogia do exame nas áreas psicológicas, pedagógicas e sociológicas. Pedagogicamente falando, a função da avaliação da aprendizagem é auxiliar na aprendizagem satisfatória, coisa que não acontece nesse tipo de pedagogia. Psicologicamente, esse tipo de pedagogia é útil para formar seres submissos. E sociologicamente é um processo de seletividade social.
De modo que esse tipo de pedagogia onde o aluno é examinado através de avaliações que não refletem o real nível de conhecimento e aprendizado do aluno, acaba se tornando um meio do(a) professor(a), impor aos alunos uma forma errada de medir conhecimento, simplesmente para alcançar um “troféu”, a nota, que para o professor e a maneira de avaliação desejada.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Síntese do texto: Uma Polêmica em relação ao exame.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO
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DISCIPLINA: Avaliação de Aprendizagem
PROFESSOR: Joseval Miranda
Aluno: Jefferson Guanabara Azevedo de Lemos

BARRIGA, Angel Diaz. Uma polêmica em relação ao exame. In: ESTEBAN, Maria Teresa (org.). Escola, currículo e avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. 5. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 51-82
O texto utiliza o termo “exame” como um efeito para concepção sobre a aprendizagem e não como um motor para transformar o ensino. Essa falsa proposição de que um melhor sistema de exame acarretará em um melhor sistema de ensino, como se a modificação de um afetasse diretamente no outro.
A princípio o texto nos apresenta a evolução da prática do exame, no contexto da história pedagógica. Porém, como o próprio texto fala, essa nova pedagogia voltada ao sistema de exame criou mais problemas para educação do que resolveu.
Na nova política educativa ocorre uma redução de investimentos orçamentários para a educação, a ordem é “fazer mais com menos”. Vê-se o exame como instrumento para o reconhecimento de um conhecimento, mas que o exame não indica o nível de aprendizado e de saber de um sujeito.
Naturalmente pensa-se em examinar os alunos depois de uma aula de a saber se eles detêm ou adquiriram o conhecimento apresentado. Em termos gerais espera-se que através do exame se obtenha o um conhecimento “objetivo” sobre o saber de cada estudante. Sabendo-se que o exame é só um instrumento e ele não pode resolver os problemas gerados por outras instâncias sociais.
O texto apresenta três hipóteses de inversões uma que converte os problemas sociais em pedagógicos, outra que converte os problemas metodológicos em de rendimento, e uma que reduz os problemas teóricos da educação ao âmbito técnico da avaliação.
A primeira inversão, diz que “uma das funções atribuídas ao exame é determinar se um sujeito pode ser promovido de uma série para a outra”. Tratando os problemas sociais em problemas técnicos, a primeira inversão se caracteriza por usar o exame como forma de seleção de classes sociais.
Já a segunda inversão, fala sobre os problemas metodológicos a problemas de rendimento. O exame só é permitido aos alunos que apresentam estar seguros em obter êxito no mesmo, para mostrar a competência que se havia adquirido. Neste ponto o exame deixa de ser um aspecto de método ligado à aprendizagem, mas apenas na certificação.
Na terceira inversão, vê o exame como um problema de controle cientifico. O termo exame será substituído por teste. O teste é considerado como instrumento válido e objetivo para determinar uma infinidade de fatores psicológicos de um indivíduo. A ideia de que testes objetivos podem ajudar aos psicólogos e educadores a determinar se uma pessoa pode ou não ser promovida ou ocupar um determinado posto.
Um debate em relação ao exame se converteu em um debate mais técnico, centrado em problemas como: a construção de provas, tipos de provas, validação estatística do exame e atribuição estatística de notas.

Portanto, a discussão por trás do texto, mostra todo um debate sobre o exame e como usá-lo como instrumento para selecionar, entre os educandos, os que estão mais capacitados para ser promovidos seja no âmbito escolar ou no âmbito profissional. Toda essa discussão sobre o exame, nos mostra que ele é só mais um instrumento de avaliação, mas não pode ser considerado como forma de avaliação para determinar se o educando obteve o conhecimento mínimo ensinado em sala de aula.

Fichamento do texto: Ser professora: avaliar e ser avaliada.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: Avaliação de Aprendizagem
PROFESSOR: Joseval Miranda
Aluno: Jefferson Guanabara Azevedo de Lemos

ESTEBAN, Maria Teresa. Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: ESTEBAN, Maria Tereza (org.). Escola, currículo e avaliação. 2.ed. São Paulo, Cortez, 2005. p. 13-37.

Nota-se no texto de Esteban as seguintes informações sobre avaliação: inicialmente ela define – “avaliar, como tarefa do docente, mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e possibilidades”. Avaliar é tarefa que identifica o(a) professor(a), normalizando sua ação, procedimentos escolares. No cotidiano escolar é função do professor avaliar os alunos ou alunas de forma solidária, com responsabilidade de propor instrumentos, elaborá-los, aplica-los e analisa-los.
A avaliação tem como objetivo atribuir valores a alunos e alunas, de forma a classificá-los. Não proporcionando espaços para diálogos profundos, entre o processo e os resultados, de forma que eles possam ser compartilhados pelos sujeitos participantes. Como tarefa escolar, a avaliação torna-se um conjunto de práticas sociais, fazendo do conhecimento um meio para manipular e dominar o mundo.
Esteban trata a avaliação classificatória, configurando-a com ideias de mérito e julgamento, com punição e recompensas. Exige que os sujeitos reconheçam que precisam distanciar-se do objeto de conhecimento. Para Esteban a avaliação quantitativa expressa uma epistemologia positivista que conduz a manipulação de dados sobre a compreensão do processo, no âmbito escolar. E que os instrumentos usados na avaliação viabilizam o distanciamento entre o professor que é o sujeito que conhece, do aluno avaliado como objeto de conhecimento.
Então como foi afirmado por Esteban “conhecer, nessa concepção, implica medir o objeto, classificá-lo [...] e inseri-lo numa hierarquia”. Esses instrumentos ou procedimentos interpondo-se em provas, testes, exercícios, fichas, entre outros, tem como finalidade aferir o conhecimento que o estudante possui.
Neste âmbito a prática da avaliação, com o uso desses instrumentos tem a função de isolar a subjetividade, viabilizando resultados quantitativos. De forma a medir o conhecimento e classificar os estudantes numa dinâmica onde se isola os sujeitos, dificultando assim o diálogo e reduzindo os espaços de solidariedade e cooperação, estimulando assim a competição. Para Foucault o objetivo dessa abordagem ao examinar o aluno é de vigiar e punir.
Mais adiante Esteban fala da professora como espelho que se apresenta ao aluno como o sujeito que atua sobre ele. A ação da professora tem uma relação de poder sobre os alunos. Porém, nesse procedimento também avalia a professora de os atos por ela executados refletem nos resultados de toda a turma. Desse modo a professora também é avaliada de acordo com os resultados de sua turma. O desempenho dos alunos produz uma classificação na qual a professora é exposta e avaliada. Essa avaliação da professora é realizada de forma indireta, partindo da avaliação de seus alunos.
A prática avaliativa de forma classificatória, classifica até os alunos que negam-se a participar do processo de avaliação ou na realização de tarefas, classificando seu rendimento de forma a medi-lo. Dentro do cotidiano escolar, a professora como avaliadora e avaliada, apresenta duas lições contraditórias: “é preciso classificar para ensinar; e classificar não ajuda a ensinar melhor”.  
A ideia central do texto, reflete a forma como o professor e alunos são avaliados. O professor avalia o aluno de forma a classifica-lo em função dos resultados obtidos pelo aluno nos instrumentos definidos pelo professor para que essa avaliação ocorra. Os resultados obtidos mostram a individualidade dos alunos, por causa desses tipos de instrumentos que visam divisão da classe, os alunos são avaliados individualmente tornando o objeto de conhecimento, no caso o aluno, como concorrente de seus colegas de classe.
Em contrapartida esse tipo de avaliação também denota que o professor também passa a ser avaliado pelo desempenho dos alunos. De forma que ele também passa por uma classificação quanto ao sujeito detentor do conhecimento, um baixo rendimento dos alunos demonstra uma má qualidade por parte do professor de organizar e desenvolver seu trabalho de forma produtiva.
            Logo, o texto trata a respeito da forma como os professores tem usado a avaliação escolar como forma de classificar seus alunos utilizando instrumentos avaliativos de forma desordenada, visando de certa maneira tornar os alunos concorrentes, buscando isolar os alunos, tornando os seres individualistas.



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Texto: A Rainha e o Espelho

A Rainha e o Espelho



"Era uma vez...
Uma rainha que vivia em um castelo.
Ela tinha uma varinha mágica que fazia as pessoas bonitas ou feias, alegres ou triste, vitoriosas ou fracassadas. Como todas as rainhas, ela também tinha um espelho mágico. Um dia, querendo avaliar sua beleza, também ele perguntou ao espelho:
- Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?
O espelho olhou bem para ela e respondeu:
- Minha rainha, os tempos estão mudados. Esta não é uma resposta assim tão simples. Hoje em dia para responder a sua pergunta eu preciso de alguns elementos mais claros.
Atônita, a rainha não sabia o que dizer. Só lhe ocorreu perguntar:
- Como assim?
- Veja bem, respondeu o espelho - Em primeiro lugar, preciso saber por que Vossa Majestade fez essa pergunta, ou seja, o que pretende fazer com minha resposta. Pretende apenas levantar dados sobre o seu ibope no castelo? Pretende examinar seu nível de beleza, comparando-o com o de outras pessoas ou sua avaliação visa ao desenvolvimento de sua própria beleza, sem nenhum critério externo? É uma avaliação considerando a norma ou critérios predeterminadas? De toda forma, é preciso, ainda, que3 Vossa Majestade me diga se pretende fazer uma classificação dos resultados.
E continuo o espelho:
- além disso, eu preciso que Vossa Majestade me defina com que bases devo fazer a avaliação. Devo considerar o peso, a altura, a cor dos olhos, o conjunto? Quem devo consultar para fazer essa análise? Por exemplo: se utilizar parâmetros nacionais, poderei ter outra resposta. Entre a turma da copa ou mesmo entre os anões, a branca de Neve ganha estourado. Mas, se perguntar aos seus conselheiros, acho que minha rainha terá o primeiro lugar. Depois, ainda tem o seguinte - continuou o espelho: - Como vou fazer essa avaliação? Devo utilizar análises continuadas? Posso utilizar alguma prova para verificar o grau dessa beleza? Utilizo a observação?
Finalmente, concluiu o espelho: - Será que estou sendo justo? tanto são os pontos a considerar..."