quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Fichamento do texto: Ser professora: avaliar e ser avaliada.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: Avaliação de Aprendizagem
PROFESSOR: Joseval Miranda
Aluno: Jefferson Guanabara Azevedo de Lemos

ESTEBAN, Maria Teresa. Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: ESTEBAN, Maria Tereza (org.). Escola, currículo e avaliação. 2.ed. São Paulo, Cortez, 2005. p. 13-37.

Nota-se no texto de Esteban as seguintes informações sobre avaliação: inicialmente ela define – “avaliar, como tarefa do docente, mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e possibilidades”. Avaliar é tarefa que identifica o(a) professor(a), normalizando sua ação, procedimentos escolares. No cotidiano escolar é função do professor avaliar os alunos ou alunas de forma solidária, com responsabilidade de propor instrumentos, elaborá-los, aplica-los e analisa-los.
A avaliação tem como objetivo atribuir valores a alunos e alunas, de forma a classificá-los. Não proporcionando espaços para diálogos profundos, entre o processo e os resultados, de forma que eles possam ser compartilhados pelos sujeitos participantes. Como tarefa escolar, a avaliação torna-se um conjunto de práticas sociais, fazendo do conhecimento um meio para manipular e dominar o mundo.
Esteban trata a avaliação classificatória, configurando-a com ideias de mérito e julgamento, com punição e recompensas. Exige que os sujeitos reconheçam que precisam distanciar-se do objeto de conhecimento. Para Esteban a avaliação quantitativa expressa uma epistemologia positivista que conduz a manipulação de dados sobre a compreensão do processo, no âmbito escolar. E que os instrumentos usados na avaliação viabilizam o distanciamento entre o professor que é o sujeito que conhece, do aluno avaliado como objeto de conhecimento.
Então como foi afirmado por Esteban “conhecer, nessa concepção, implica medir o objeto, classificá-lo [...] e inseri-lo numa hierarquia”. Esses instrumentos ou procedimentos interpondo-se em provas, testes, exercícios, fichas, entre outros, tem como finalidade aferir o conhecimento que o estudante possui.
Neste âmbito a prática da avaliação, com o uso desses instrumentos tem a função de isolar a subjetividade, viabilizando resultados quantitativos. De forma a medir o conhecimento e classificar os estudantes numa dinâmica onde se isola os sujeitos, dificultando assim o diálogo e reduzindo os espaços de solidariedade e cooperação, estimulando assim a competição. Para Foucault o objetivo dessa abordagem ao examinar o aluno é de vigiar e punir.
Mais adiante Esteban fala da professora como espelho que se apresenta ao aluno como o sujeito que atua sobre ele. A ação da professora tem uma relação de poder sobre os alunos. Porém, nesse procedimento também avalia a professora de os atos por ela executados refletem nos resultados de toda a turma. Desse modo a professora também é avaliada de acordo com os resultados de sua turma. O desempenho dos alunos produz uma classificação na qual a professora é exposta e avaliada. Essa avaliação da professora é realizada de forma indireta, partindo da avaliação de seus alunos.
A prática avaliativa de forma classificatória, classifica até os alunos que negam-se a participar do processo de avaliação ou na realização de tarefas, classificando seu rendimento de forma a medi-lo. Dentro do cotidiano escolar, a professora como avaliadora e avaliada, apresenta duas lições contraditórias: “é preciso classificar para ensinar; e classificar não ajuda a ensinar melhor”.  
A ideia central do texto, reflete a forma como o professor e alunos são avaliados. O professor avalia o aluno de forma a classifica-lo em função dos resultados obtidos pelo aluno nos instrumentos definidos pelo professor para que essa avaliação ocorra. Os resultados obtidos mostram a individualidade dos alunos, por causa desses tipos de instrumentos que visam divisão da classe, os alunos são avaliados individualmente tornando o objeto de conhecimento, no caso o aluno, como concorrente de seus colegas de classe.
Em contrapartida esse tipo de avaliação também denota que o professor também passa a ser avaliado pelo desempenho dos alunos. De forma que ele também passa por uma classificação quanto ao sujeito detentor do conhecimento, um baixo rendimento dos alunos demonstra uma má qualidade por parte do professor de organizar e desenvolver seu trabalho de forma produtiva.
            Logo, o texto trata a respeito da forma como os professores tem usado a avaliação escolar como forma de classificar seus alunos utilizando instrumentos avaliativos de forma desordenada, visando de certa maneira tornar os alunos concorrentes, buscando isolar os alunos, tornando os seres individualistas.



Nenhum comentário:

Postar um comentário