sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Síntese do texto: Avaliação da Aprendizagem Escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
DISCIPLINA: Avaliação de Aprendizagem
PROFESSOR: Joseval Miranda
Aluno: Jefferson Guanabara Azevedo de Lemos


LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação de aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 35-44.

No texto, Luckesi, fixa-se em compreender que a prática pedagógica de nossas escolas está polarizada pelas provas e exames. É a chamada “pedagogia do exame”, onde avaliamos nossos alunos através de provas e exames. E uma prova exata disse é o preparo dos alunos do ensino médio para as provas como o enem, o do antigo PSS, onde os professores treinavam os alunos para essas provas a partir de exercício sobre determinados conteúdos que compreendiam essas provas, tendo em vista que era, e ainda é, necessário que os alunos do antigo 2º grau, hoje mais conhecido como ensino médio, realizem ou façam essas provas tendo como objetivo cursar o nível superior em uma universidade ou faculdade.
Ele, coloca o exercício pedagógico escolar, atravessado mais por uma pedagogia do exame do que por uma pedagogia do ensino/aprendizagem. De fato, como vemos hoje em dia, professores, pais, alunos e o próprio sistema de ensino, estão mais interessados nas notas dos alunos do que o nível de aprendizado dos alunos. O percentual de aprovação e reprovação tem se tornado mais importante do que criar pensadores críticos e esclarecidos.
Para Luckesi, os alunos estão mais preocupados e tem toda a sua atenção para a promoção. A notas são predominantes, mais o modo ou forma como foram obtidas não é importante. As notas estão sendo manipuladas como se nada tivesse a ver com a aprendizagem, ou por todo o processo para se chegar a ela.
Já o professor, para Luckesi, estão com total atenção para as provas, as quais utilizam como instrumentos de tortura e ameaça. A forma como o professor ameaça os alunos com palavras ou questionamentos a respeito das provas, achando que o simples fato de pressionar o aluno como frases como: “Estudem para não se darem mal nas provas”, pensando que esse tipo de ameaça é uma motivação para que o aluno estude e aprenda certos conteúdos.
Para ele, os pais estão mais voltados para a promoção de seus filhos, toda as perspectivas dos pais são que seus filhos tenham boas notas, que seus filhos sejam aprovados. A própria relação dos pais com a escola demonstra isso, porque muitos só têm contato com a escola na famosa Reunião de Pais e Mestre, que tem o único intuito da entrega dos boletins aos pais dos alunos.
A escola, para Luckesi, só estão muitas vezes interessadas nas estatísticas, em verificar no todo das notas como estão os alunos. A escola vive na aparência de que os resultados apresentados nas estatísticas demonstram o real aprendizado dos alunos.
O própria sistema social, de forma errado, ou aparentemente só se importa com os resultados gerais das notas, dos quadros gerais de notas, das curvas estatísticas. Se bem que, como ele mesmo diz, só aparentemente, pois quando uma instituição escolar inicia um trabalho significativo eles ficam de olhos sobre ela.
Para Luckesi, os desdobramentos desse tipo de pedagogia do exame se apresenta como: Os próprios professores elaboram provas como testes para provar os alunos e não para auxiliá-los no aprendizado. As promessas dos professores de oferecimento de pontos, de forma a acrescentar ou diminuir pontos a nota final, não tem relação nenhuma como o aprendizado, já que em muitas vezes esses pontos a mais ou a menos nada têm a ver com os conteúdos ministrados em sala de aula. E o uso ou utilização das provas como ameaça, nada tem a ver com o significado dos conteúdos, mas sim com o disciplinamento social.
E as explicações para todos esses fatos se dão a práticas bem antigas, vindas dos séculos XVI e XVII. Foram os jesuítas que tinham bastante atenção como o ritual de provas e exames. A questão do medo, foi comentada por Comênio, que dizia “o medo é um excelente fator para manter a atenção dos alunos. O professor pode e deve usar esse “excelente” meio para manter os alunos atentos às atividades escolares”. E a sociedade burguesa que fala a respeito do medo e do fetiche como mecanismos imprescindíveis numa sociedade.
O fato de como professores e alunos veem as notas ainda hoje, não mudou praticamente muita coisa. O professor vê a nota baixa como uma imposição de poder, enquanto o aluno vê a nota como um santo graal. De nenhuma forma se pensa no aprendizado, a nota é o centro das atenções, não interessa se o aluno retém ou não o conhecimento.
E as consequências desse tipo de pedagogia do exame nas áreas psicológicas, pedagógicas e sociológicas. Pedagogicamente falando, a função da avaliação da aprendizagem é auxiliar na aprendizagem satisfatória, coisa que não acontece nesse tipo de pedagogia. Psicologicamente, esse tipo de pedagogia é útil para formar seres submissos. E sociologicamente é um processo de seletividade social.
De modo que esse tipo de pedagogia onde o aluno é examinado através de avaliações que não refletem o real nível de conhecimento e aprendizado do aluno, acaba se tornando um meio do(a) professor(a), impor aos alunos uma forma errada de medir conhecimento, simplesmente para alcançar um “troféu”, a nota, que para o professor e a maneira de avaliação desejada.

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